24.7.12

A beleza não está nos olhos de quem vê




Os olhos abertos devem fazer-nos sentir mais seguros. É lógico, é essa uma das suas principais funções. Apesar disso é quando os fecho que a segurança verdadeiramente aparece e o medo se desvanece. Fecho-os muito para ver melhor também. De olhos fechados sou só eu e o que ouço e sinto sem a bengala enganadora do olhar que tantas vezes ilude, reclamando o estatuto do menos falível dos sentidos. Os olhos enganam pois. Olhares cruzados podem ser mal interpretados, uma flor menos bonita pode esbater o interesse em sentir o seu perfume, um mau design pode destruir um bom livro, um bolo de ar tosco e pouco atractivo pode não estar á altura da beleza do seu sabor (porque a beleza encontra-se em todos os sentidos).


Não fosse esta receita ser de quem é e eu confesso que muito provavelmente este bolo me passaria ao lado ou ficaria perdido no meio de tantos outros por onde passo os olhos ocasionalmente. No entanto, não só admiro o seu autor como o fui encontrar aqui, o que é logo à partida um bom presságio. Não me saiu da cabeça desde então, esperando pacientemente a enchente anual de ameixas da minha avó para dar asas ao meu desejo.

Os ingleses tem uma palavra para descrever a característica essencial e imediata deste bolo que até agora não encontrei o seu equivalente no nosso vocabulário: gooey.

goo·ey/ˈgo͞oē/

Não é só a palavra em si, é a maneira como soa. É como se a palavra fosse ao mesmo tempo significado e a sua própria interjeição. Mole, peganhento ou viscoso não chegam para definir a textura deste bolo, que é um pouco disso tudo mas também guloso, húmido e absolutamente saboroso. Sem dúvida no meu top de preferência.


Bolo de ameixas
retirado de Orangette, adaptado de Nigel Slatter, Tender, Volume II

O facto de ter três tipos de açúcares (sem contar com as ameixas) e dois deles líquidos é sem dúvida fundamental para a sua textura final e para o seu sabor intenso. Apesar de ser apologista das adaptações dos ingredientes sempre que necessário, neste bolo acho fundamental manter a receita fiel à original, principalmente no que diz respeito ao Golden Syrup (à venda por 3€ e tal no El Corte Inglés), que alteraria substancialmente não só o sabor mas também a sua textura.

250g de farinha 
1 c.chá ligeiramente mal medida de fermento em pó
1 c.chá de bicarbonato de sódio
1 c.chá ligeiramente mal medida de canela em pó
200g de golden syrup
2 c.sopa de mel
125g de manteiga
125g de açúcar de cana integral ou açúcar amarelo
2 ovos grandes
240ml de leite
350g de ameixas maduras, descaroçadas e cortadas ao meio ou em quartos (depende do seu tamanho)

Engordurar um uma forma para bolos de 24cm e forrar a base com papel vegetal. Eu deixo um bocado do papel de fora para ser mais fácil passar o bolo da forma para uma base depois de feito.
Numa grande tigela, combinar a farinha, o fermento, o bicarbonato e a canela. Misturar tudo muito bem (costumo misturar os ingredientes secos num tupperware, colocar a tampa e agitar).
Pré-aquecer o forno a 180ºC.
Colocar o golden syrup, o mel, e a manteiga numa panela a lume médio, mexendo ocasionalmente. Quando a manteiga estiver derretida acrescentar o açúcar. Retirar a panela do lume e deixar arrefecer um pouco durante 1-2 minutos.
Bater os ovos e o leite numa tigela média.
Verter a mistura do golden syrup na mistura da farinha e envolver com uma colher firme (a colher de pau é perfeita) até ficarem combinados. Verter a mistura dos ovos e do leite e continuar a envolver - inicialmente vai ser difícil e demorado misturar as duas partes, mas no fim a massa vai adquirir uma consistência bastante solta e líquida, quase sem nenhum vestígio da farinha, como se fosse massa para panquecas.
Colocar a massa na forma e colocar as ameixas por cima, que se irão afundar. Levar ao forno por 45-50 minutos (na receita original diz para levar durante 35 minutos, colocar um pedaço de folha de alumínio por cima e deixar no forno mais 10-15 minutos, mas eu preferi deixá-lo escurecer.) Desligar o forno e deixar lá o bolo mais uns 15-20 minutos.
Transferir para uma grelha para arrefecer durante uns 20 minutos. Depois retirar o bolo da forma e transferi-lo para cima da grelha para deixar arrefecer completamente antes de ser servido.

Este bolo conserva-se perfeitamente à temperatura ambiente, e por ser tão incrivelmente húmido, é preferível não o tapar de maneira muito apertada, porque pode ficar com uma textura elástica. Desde que se coma dentro de 2 ou 3 dias, um pedaço de papel vegetal pressionado contra as superdícies cortadas é o suficiente.

serve 8-10.


a ouvir: Need You Now - Cut Copy

19.7.12

depois de correr


batido de leite e cereja.

Acordar às 7 para correr. Depois das 10 o calor já não se aguenta.
Há uma grande ciência, por vezes duvidosa, no que diz respeito à alimentação pré e pós exercício, deixem-me que vos diga.


p.s. serei eu a única pessoa a não achar piada nenhuma à ideia de um gelado de pastel de nata?? Então e o crocante da massa? E a textura do creme? E o aroma quente que nos entra pelas entranhas? 

16.7.12

Afirmações, confirmações, uma questão e outras constatações





















- Tudo sabe melhor quando é partilhado, ainda que seja apenas o registo de uma experiência a só.
- Usamos a palavra saturação para para descrever precisamente aquilo que perde cor aos
ossos olhos.
- Os dois males do mundo que garantem o equilibrio como utopia são a ganância e a tolerância.
- Tenho o terrível hábito de sobrecarregar com a minha "bagagem" todos os lugares frescos e novos que encontro. Deixo-lhes a minha marca como fazem os cães e depois, como já fazem parte de mim, a não ser que a eles recorra com muita parcimónia, farto-me deles. Em boa verdade, estou destinada ao nomadismo.
- A natureza humana não é intrinsecamente boa ou má, por isso é natureza. É o que é.
- Interesse é quando a paixão por algo prevalece sobre as ansiedades, aflições e descontrolos de natureza física ou emocional que o objecto em questão possa trazer. É quando nasce algo antes de se tornar moda e que se mantém depois da moda passar.














- Adoro grandes reuniões de familia, o Alentejo e as duas coisas juntas, apesar de saber que em grande parte é por raramente acontecerem.
- Os músculos contraídos tornam tudo mais difícil, até pensar.
- Esta é a melhor revista que já li nos últimos tempos. E a Revista do Expresso é uma Lux disfarçada.
- Não suporto radicalismos.
- Correr sabe bem ao som deles.
- By believing passionately in something that still does not exist, we create it. The nonexistent is whatever we have not sufficiently desired. Kafka. Esta e muitas outras aqui.
- Um dia gostava de traduzir um livro ou mais. Há qualquer coisa de relaxante no acto de traduzir e de desafiante, como um quebra-cabeças ou palavras-cruzadas: a busca da palavra que faz o encaixe perfeito na frase, na língua, no contexto da estória e da história do seu autor.
- Agora percebo bem. Cozinhar para mim não tem a ver com prestígio, com novidade ou invenção ou com o belo. Tem a ver com sabor, prazer e partilha. Quando a comida funciona é porque serve. É porque satisfaz o gosto, sustenta o corpo, reconforta o espirito e alegra os demais presentes. Não vivo para comer, mas certamente odeio a noção contrária. É o mesmo que dizer que que durmo para viver ou faço desporto para viver ou trabalho para viver! Se não se tira prazer daquilo que é fundamental à nossa condição, what's the point? Vive-se para viver. Viver é também dormir, trabalhar e comer, tudo nas doses que nos dão prazer. Desequilíbrios, amigos, vão existir sempre mas para isso temos a nossa consciência. Por isso escolham os vossos e sejam felizes.
- As provas físicas que cartografam os lugares da nossa memória poderiam muito bem ser nossas como de outros. Poderiam mesmo anteceder à memória em si. As palavras que escrevo sobre um lugar tem a capacidade de se encaixar na boca de outros. Muito interessante este trabalho da Inês.
- Por entre todas as novidades e pseudo-novidades que nascem como cogumelos em Lisboa (é prestar um bocadinho de atenção e ver que muitos deles já fecharam ou estam a fechar), este eu aconselho vivamente.

- Não tenho fotografia para esta receita, e a bom ver, preciso (precisamos) mesmo dela? Não revelaria nada que a imaginação não consegue construir, nem sequer daria uma fotografia especialmente bonita - é um prato tosco que provavelmente só iria perder valor e gerar desinteresse a quem a visse. Digo-vos o que precisam de saber: que é bom, simples, fácil e diferente da massada de peixe para despachar que fazemos num dia de semana.


Penne com pescada em creme de cenoura e coentros
Esta é daquelas receitas de massa que não tem mal nenhum a massa ficar demasiado cozida. Na minha opinião até prefiro assim, porque dá a sensação que absorveu melhor os sabores. O louro pode ser também triturado com os legumes porque não se vai sentir. Só não adicionar camarão porque não tinha, porque de certeza que iria dar um gostinho especial. E lulas ou chocos no lugar do peixe também não é mal pensado. 

4 postas de pescada
3 cenouras médias, às rodelas
1 cebola grande, picada
2 dentes de alho, picados
2 folhas de louro
1 fio de azeite
150ml de vinho branco 
sal e pimenta, q.b
280g de penne, macarrão ou orzo
1 molho de coentros, picados

Cozer as postas de pescada numa panela e reservar.
Colocar a cenoura, a cebola, o alho, o louro e o azeite numa panela e aloirar. Adicionar o vinho para refrescar durante 5 minutos, e acrescentar água da cozedura da pescada, pelo menos 200ml. Acrescentar mais se entretanto a água tiver evaporado. Quando os legumes tiverem cozidos, passar tudo, mantendo alguma consistência para que não fique um creme totalmente liso se preferirem. Temperar com sal e pimenta, envolver bem, provar e corrigir o tempero se for preciso.
Enquanto os legumes cozem. Cozer a massa no resto da água da cozedura da pescada com bastante sal.
Entretanto despedaçar as postas de pescada, separar da espinha e adicionar ao creme da cenoura. Reservar.
Quando a massa estiver quase al dente, adicionar ao creme de cenoura e à pescada com um pouco de água para liquidificar o creme ao vosso gosto e para acabar de cozer a massa. Envolver tudo e deixar os sabores apurar.
Adicionar os coentros picados e servir bem quente.


serve 4



a ouvir: Summertime - Miles Davis

8.7.12

O lado saudável de uma festa de estudantes

Festas. Boas festas. Sal, gordura, açúcar, alcool, alguns sumos e coisas menos graves pelo meio e já está. Esta surpreendeu-me com queijo de seia amanteigado e chouriça e linguiça assada. Mal por mal, gosto de acreditar que a minha perdição foi amenizada pelo trio de coisas saudáveis que ficou à minha responsabilidade e pelos morangos maravilhosos que levaram, pelo alcool não ingerido, pelos passos de dança e corrida de meia hora e caminhada de duas no dia seguinte. Tudo feito com muito gosto, obrigada.

Para quem disse "Desta vez estou de folga" o resultado não foi propriamente os amendoins salgados e algumas minis que planeei levar inicialmente. É mas forte que eu. Quero dar mais, ser mais, ser diferente. Deixar na memória aquela festa em que havia mais qualquer coisa para além do costume nem que seja a apenas duas ou três pessoas já vale a pena. Nem que seja só para mim.
Para agradar a todos fui ao Médio-oriente, ao Alentejo e a outro sítio entre a salsa mexicana e os sabores vietnamitas.
As provas foram feitas em casa pelos meus fiéis provadores e após difícil eleição do melhor, não levei um, levei os três.




































Salada de gaspacho
Esta não é a versão original. O tomate não é esmagado, não acrescentei água e deixei de fora o pão para que pudessem acompanhar com a salada apenas no momento. O molho é de ensopar o pão, comer e chorar por mais.

4 dentes de alho, finamente picados
1 c.sopa de sal grosso
3 tomates maduros de tamanho médio
1 pimento verde pequeno
1/2 pepino
4 c.sopa de azeite
4 c.sopa de vinagre
orégãos secos

Num almofariz, esmagar o alho com o sal até fazer uma pasta. Colocar numa taça larga e reservar.
Cortar os tomates em pedaços pequenos e outros maiores e adicionar à taça.
Cortar o pimento às tiras, o pimento aos cubos pequenos e acrescentar à taça.
Adicionar o azeite, o vinagre, uma boa quantidade de orégãos e envolver tudo com as mãos.
Colocar no frigorífico durante 30-60 minutos e servir bem fresco.


Salada de abacaxi e pimento com molho de lima e gengibre

4 rodelas grossas de abacaxi
1 cebola
1 pimento verde
1 pedaço de gengibre de 4cm
1/2 c.sopa de azeite
sumo de 1/2 lima
2 c.chá de molho de soja
1 c.chá de molho de peixe
1 pitada de piri-piri
1 molho de coentros picados (cerca de 14 pés)

Grelhar as rodelas de abacaxi dos dois lados até ficarem marcadas e caramelizadas.
Entretanto picar a cebola e cortar o pimento em pedaços pequenos. Colocar numa taça larga e reservar.
Quando o ananás estiver arrefecido juntar à tigela do pimento e da cebola juntamente com o sucos libertados.
Num frasco pequeno, juntar a gengibre ralada, o azeite, o sumo de lima, os molhos de soja e peixe, o piri-piri e um pouco de sal. Tapar o frasco e agitar bem até ficar emulsionado. Com a ajuda de um escoador, verter o molho para outro frasco e espremer o gengibre que ficar no escoador para libertar todos os sucos. Guardar o molho e temperar a salada na hora de servir, guarnecida com os coentros.


Baba ganoush com feta
Não consigo perceber qual a versão original deste clássico da cozinha levantina, mas decidi manter as coisas simples e não acrescentar nenhuma especiaria ou ervas frescas como cominhos ou salsa, apesar de ter a certeza que iriam ser óptimas alternativas. Convém que os dentes de alho sejam pequenos, caso contrário fica uma pasta bastante ácida - por essa razão foi imperativo adicionar o feta para dar um toque fresco à mistura. A combinação é perfeita. Apesar de tudo, esqueci-me completamente de adicionar o limão, pelo que acredito que isso também iria fazer a diferença na força do sabor do alho. Descobri que envolver com uma boa pratada de esparguete, sem feta e com umas folhas de manjericão faz igualmente um prato fantástico e o sabor do alho fica super amenizado. 

1 beringela grande
2 dentes de alho
1/2 limão pequeno
1 1/2 c.sopa de tahini
2 c.sopa de azeite
sal e pimenta q.b
queijo feta, para servir

Cortar a beringela longitudinalmente, picar a pele com um garfo e grelhar numa grelha quente
até a pele ficar preta e a polpa muito mole.
Raspar a polpa da carne e picar com os dois dentes de alho esmagados, o sumo de 1/2 limão, e o resto dos ingredientes. Provar e rectificar o tempero e servir numa travessa ampla com um fio de azeite por cima e um pedaço de feta esfarelado por toda a superfície. Acompanhar com pão pita tostado, naan ou tostas para desenrascar.



a ouvir: Look at Where We Are - Hot Chip

4.7.12

Manhã cinzenta

Apaixonada por isto



Torrada de manteiga de girassol com canela e baunilha, manga e chá preto.


a ouvir: White Blank Page - Mumford & Sons

3.7.12

lord help me 'cause the beach is a beach.

Gosto de praia com conta peso e medida. Isto é, adoro apanhar Sol sem fazer absolutamente nada, adoro dar mergulhos e nadar mesmo que nos breves segundos iniciais o gelo da água me faça perder a respiração, gosto de jogar raquetes, gosto de ouvir conversas das toalhas vizinhas ("holla como estas? Pois jo estoy bien, mejor que tu no?heheh" ou "Mãe castiga a Zezinha que ela perdeu 1,10€ do troco na areia!", ou "oi soi doisa liv ericksen...") correr e dar caminhadas, pensar no que vou fazer no próximo grande jantar, eventualmente em projectos (isto porque quem corre por gosto não cansa (espero)), na morte da bezerra ou não pensar em absolutamente nada - mas quanto baste. Regra geral, a não ser que circunstâncias extraordinárias o exijam, três horas chegam-me bem e olhem lá. Prefiro ir de manhã porque o dia está fresco como roupa branca lavada.
Na minha jornada de duas horas de transporte de regresso a casa planeio confiante (e esfomeada) o que fazer para almoçar e a ordem de trabalhos para o resto do dia. Pois entre o deve e o haver vai uma grande diferença, e a preguiça é de longe o pior dos meus pecados. Para preparar o almoço ainda se encontra envergonhada, mas de barriga satisfeita e banho tomado revela-se em todo o seu esplendor.

Para não variar continuo a sentir que de alguma forma tenho de me desculpar por aquilo que por vezes aqui coloco roçar a simplicidade extrema e de original tem pouco ou nada. Mas para não variar e por mais foleiro que soe, este manifesto não é sobre comida, é sobre mim. Em boa verdade, todos os blogues pessoais são incontornavelmente sobre quem o escreve e ninguém que se expõe declaradamente se vai desculpar daquilo que é.

Hoje era isto que queria e que me soube bem comó caraças. (Uso muito esta expressão, mas vê-la escrita fica feio...)




































Tortilla de queijo de cabra, fiambre, vegetais e manjericão
O queijo que usei é da marca Santiago e adorei ainda mais que o chévre, que apesar do sabor semelhante é mais suave e tem uma textura igual ao nosso requeijão, que prefiro pela sua frescura à cremosidade do queijo francês.

1 tortilha média
130g de queijo de cabra fresco (usei 1 embalagem)
1 fatia fina de fiambre da pá
1/4 de pimento verde
1 tomate chucha pequeno (ou outro que tiverem à mão desde que esteja maduro)
1 ramo de manjericão, apenas as folhas
vinagre balsâmico q.b
azeite q.b
sal  e pimenta q.b

Cortar o pimento em tiras muito finas, temperar um umas pedrinhas de sal e grelhar a lume alto até ficarem chamuscadas e moles. Remover e reservar.
Cortar o fiambre em tiras finas (cerca de 2cm), o tomate às rodelas finas (0,5cm) e reservar.
Retirar o queijo da embalagem e escorrer bem o soro para não ensopar a tortilha e reservar também.
Na mesma grelha colocar a tortilha durante 1 minuto, ou o suficiente até ficar tostada. Virar do outro lado e cobrir com o queijo desfeito, seguido das tiras de fiambre, tomate, pimento e por último as folhas de manjericão. Regar com um fio de azeite e vinagre balsâmico, temperar com pimenta e um bocadinho de sal e servir de imediato.

serve 1


a ouvir: Motion Sickness - Hot Chip