23.4.13

Só, com pão


Adoro o facto de todos os dias poder levar comida que possa aquecer para o trabalho, prepará-la, temperar e juntar ervas frescas picadas na horas e por vezes tentar a minha sorte e cozinhar coisas sem fogão, apenas com a ajuda de uma chaleira eléctrica, um micro-ondas, uma taça larga e um jeitinho de mãos  - ovo escalfado e ovos mexidos - checked.
No entanto, se há coisa que sinto falta dos meus idos tempos e refeições des-reguladas de faculdade, que ainda nem há um ano foi, é ter a possibilidade de ocasionalmente almoçar em casa e poder fazer coisas com pão tostado e comidas na hora - sejam elas bruschettas, torricados, tostas, tartines, pseudo-pizzas, and so on. Adoro refeições com pão. A fórmula é sempre simples, incluindo na sua maioria das vezes a minha fiel frigideira, objecto maravilhoso que me serve para dourar o pão e para saltear as coisas boas que acabavam em cima do dito cujo, não sem que um ou outro pedaço fosse parar directamente à minha boca.

Mas deixem, hei-de comprar uma torradeira para o pessoal. Pão torrado já não faltará.

Depois há dias como este. Belos, belos dias em que, não descurando as melhores das companhias, quero estar só, só com o Sol, só a gata, só o dolce fare niente das horas perdidas com uma fatia de pão tostado coberta de coisas boas na mão, comendo-a com a maior graciosidade possível sem, no entanto, dar grande importância a isso porque, afinal de contas, estou só.


Tartine de queijo de cabra e cebolo

Quando estamos em época das coisas, não me farto de as comprar e comer e comprar novamente e comer. É assim com os tomates, com os morangos, os pêssegos, as melancias, as couves e os grelos, os cebolos (que devo dizer, não fariam parte desta lista se não fosse a Mª José) and so on.  Se fosse uma blogger disciplinada provavelmente já teria posto aqui uma data de fotos das experiências que já tenho feito com estes meninos, que são nem alho, nem cebola ou cebolinho. Tem sido envolto em pasta, picado com coentros, limão, molho de soja e óleo e sementes de sésamo sobre mizuna e um tenro lombo de salmão, finalizando um salteado de arroz, caju, milho e topinambo da maravilhosa Heidi, estufados com cogumelos, sumo de maçã, azeite e vinagre de arroz acompanhados com uns ovos mexidos cremosos...

Para já fica esta brincadeira, em que coloquei meia dúzia deles grelhados na chapa a lume forte com um fio de azeite, colocados sobre uma fatia de pão alentejano, combinados com o maravilhoso particular sabor do queijo de cabra fresco (português, não o chèvre) e com uma nota cítrica da raspa de uma das últimas laranjas da minha avó.


a ouvir: The Modern Age - The Strokes

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